Resenha: A Garota no Trem - Record

sexta-feira, outubro 02, 2015


Um dos maiores fenômenos editoriais dos últimos tempos, o thriller psicológico The Girl on the train, de Paula Hawkins, surpreendeu até mesmo seus editores e a própria autora, nascida e criada no Zimbábue, que vive em Londres desde os 17 anos: em menos de um mês, o livro – que vem sendo comparado pela crítica a uma mistura de Garota exemplar e Janela indiscreta – ultrapassou a impressionante marca de 500 mil exemplares vendidos e alcançou o primeiro lugar nas listas de mais vendidos em todos os países em que foi publicado (Reino Unido, Irlanda, EUA e Canadá) desde seu lançamento em janeiro de 2015. A trama, que gira em torno do desaparecimento de uma jovem mulher, com três narradoras femininas duvidosas, conquistou fãs como o mestre do mistério Stephen King, que publicou em sua conta do Twitter que o “excelente suspense” o manteve acordado a noite inteira: “a narradora alcoólatra é mortalmente perfeita”.


"A Garota no Trem consegue fazer o mais difícil em um thriller: juntar peça por peça do que achamos que sabemos, até revelar aquele único detalhe que não conseguimos antecipar." – Entertainment Weekly

“A narrativa recheada de surpresas caminha para um clímax assustador, tão aterrorizante quanto uma batida de trem.”             – Publishers Weekly



TÍTULO: A Garota no Trem
TÍTULO ORIGINAL: The Girl on the Train
AUTORA: Paula Hawkins
EDITORA: Record
PÁGINAS: 378


Tudo começa com Rachel, a rotina de sua nova vida, sempre viajando de trem para Londres de manhã e voltando para sua cidade no fim da tarde. Rachel nas primeiras páginas, nos passa detalhes da sua vida como é agora, uma pessoa triste, sozinha e sempre precisando de uma bebida a cada minuto. Essa parte é repetida várias vezes no começo do livro, acho que para nos apresentar Jason e Jess, um casal que vive em uma das casas que ela sempre vê pela janela do trem.

Jason e Jess não tem realmente esse nome, Rachel nunca conversara com eles na vida, ela dera o nome para eles, o casal mais perfeito que ela já vira, ela morre de amores quando vê eles ali no terraço da casa deles, na janela do quarto, no jardim, enfim, ela está sempre observando eles.

Rachel fora casada e há dois anos que está separada, anda bebendo muito e olhando o casal perfeito pela janela do trem. Ela vive uma vida tão solitária, sem nenhum contato com outra pessoa, que no meio dessa admiração pelo casal e pelo desgosto de sua vida e por estar sempre ali naquele trem, eu comecei a pensar que ela seria uma fantasma e pelo nome do livro cogitei a possibilidade dela ser A Garota no Trem, que fora morta ali e está sempre rondando seu último lugar que vivera.

Mas aí começa aparecer outros personagens, ela conversa com eles e percebo que eles não são nenhum médium, fico alegre por ela não ser um fantasma, ela é realmente só uma pessoa solitária e mal resolvida na vida.

Tom o seu ex-marido casara novamente e Rachel ainda não seguiu em frente, seu segundo nome continua sendo o do seu ex-marido, sua lista de ligações recentes do celular continua sendo para Tom, e às vezes quando bebe demais sempre faz alguma coisa - na maioria envolvendo Tom - que não consegue lembrar ou só lembra um tempo depois.

Anna a atual esposa de Tom, nos mostra o quão perturbada sua vida é por causa da Rachel. A mulher vive a vida toda ligando para Tom e indo na casa dele para perturbar Anna e sua filha, fazendo coisas horríveis por causa da bebida e de não ter superado seu fim de casamento. (Achei a Anna bem chata durante todo o livro, mulher insuportável!)

Um dia Rachel acorda toda machucada e suja de sangue, ela não tem a mínima ideia do que acontecera para estar daquele jeito, só lembra que estava muito bêbada na noite anterior. Ela pensa no pior e liga para Tom perguntando se ela tinha feito alguma coisa com ele e sua família, por que ela não lembra de nada e a última coisa que ela consegue resgatar da memória é que ela estava descendo do trem numa estação que era perto da casa dele.
Ela não consegue respostas com Tom, e retorna a fazer seus trajetos pelo trem. Pouco tempo depois descobre que Jess - seu nome verdadeiro é Megan - está desaparecida.

Quando Rachel soube da notícia, ela pensara em Jason, em como ele estaria arrasado, e queria ir na delegacia falar que ele não fez nada com ela pois ela sabe como ele a amava e que eles eram o casal mais amoroso que ela já vira.
Rachel então começa a se envolver no caso do desaparecimento de Megan, onde ela não tem ideia do que está fazendo para si mesma, entrando em algo perigoso.

O livro tem uma sincronia muito boa com as passagens das 3 personagens - Rachel, Anna e Megan - que me deixou sem saber quem realmente está envolvido no desaparecimento.
Suspeitei de Anna, por que ela mora poucas casas depois da de Megan, e Megan já fora a babá de sua filha, e parecia que as duas não davam muito bem. E sua versão da noite em que Megan desaparecera, pareceu um tanto forçada e inventada.
Suspeitei de Rachel por ela não lembrar de nada, e ter ficado muito machucada naquela noite, poderia ter brigado com Megan, para ficar com Jason - Scott - no lugar dela, não sei, ela estava muito bêbada então ela poderia sim fazer alguma coisa ruim.
Suspeitei de todo mundo, até pensei que o caso de desaparecimento não era nada, pois algumas partes da narração de Megan me deixou pensar que ela fugira com outra pessoa para bem longe.




No decorrer do livro Rachel tenta ser útil, fazer alguma coisa boa na vida. Ela tenta parar de beber e ajudar mais ainda no caso com os detetives, e ajudar Scott.
Ela passa a conhecer Scott e querer ajudá-lo e percebe que ela não sabe exatamente nada sobre o que aconteceu, e por ser uma intrometida, vai causar muitos problemas para todos e para si mesma.
Até coloquei Scott na lista de suspeitos, e cada momento que Rachel estava sozinha com ele, eu pensava no pior. Só que não conseguia preocupar apenas com ela, poderia acontecer algo ruim com Scott vindo da Rachel por que eu também suspeitava dela.(uma bagunça hahaha)
Ela é uma personagem bem natural, como se fosse uma bêbada arruinada da vida que vemos por aí, que tem na vida real. Sua parte no caso às vezes me dava raiva, ela estava atrapalhando tudo e não fazia as coisas corretamente. Mas ao ver o final, eu perdoo ela, ela precisava fazer burrada, foi o que deu adrenalina no livro e colocou a policia para trabalhar. As consequências de seus atos me deixaram querendo ler cada vez mais, para saber até onde essa história embolada por Rachel iria.

E para piorar, próximo do final, descobrimos que Rachel precisava mesmo se preocupar com o caso, pois ela estava um tanto envolvida.

Este é um livro que realmente prende o leitor a cada página. É um bom sinal, se a história é ruim então culpo sua narração por ser muito boa para prender o leitor, se não, então é o contrário.
Eu gosto e recomendo livros assim, que não importa quantidade de detalhes, narração perfeita, enredo brilhante um livro épico. O que importa para mim é: deixar o leitor faminto, interessado em todo o momento da leitura. E este conseguiu.

A autora tem uma escrita estranha, eu e algumas outras pessoas percebemos que ela escreve com poucos detalhes e com um vocabulário simples. Escrito de uma forma simples. Alguns autores escrevem todo o livro simples de uma forma que não percebemos, de uma forma que soa como música, mas Paula Hawkins não conseguiu, ela foi apenas simples, e isso é um ponto negativo, pode até parecer um trabalho um pouco desleixado.
Mas isso não atrapalhou a venda de seu livro, livros assim eu recomendo para aqueles que não leem muito, aqueles que acham 300 páginas um livro enorme. Acho que foi por isso que vendeu bastante, tem uma escrita sem muita enrola, sem detalhes em excesso, a história é boa, e como disse antes, prende os leitores.

O livro foi comparado com o "Garota Exemplar" de Gillian Flynn, eu não li esse livro, apenas vi o filme e digo que "Garota Exemplar" ainda consegue ser melhor. Li da Gillian apenas "Objetos Cortantes" e posso dizer que "A Garota no Trem" é um pouco melhor.
Não vai lendo este livro pensando ser melhor ou igual "Garota Exemplar". Mas vamos ver que este é o primeiro livro da Paula Hawkins, e se ela está tão boa assim no seu primeiro trabalho, imagina nos próximos?!


As NOTAS serão divididas em:
Edição – capa, folhas, diagramação, orelhas, etc.  7
(Achei esquisita a arte da capa, preferia a original. A diagramação do livro é simples, folhas boas amareladas. Tem orelhas.)
História, Enredo – narração, clichês, foco, originalidade.  9
(Uma personagem nova, com poucas qualidades e defeitos poucos vistos em outros personagens de outros livros. Narração muito simples negativamente, mas o livro não deixa de ser viciante. História super eletrizante para começar a ler e nunca parar até finalizar toda a leitura.)

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