RESENHA: SAGA DO ASSASSINO, O APRENDIZ DE ASSASSINO - LEYA

sexta-feira, janeiro 08, 2016

"O jovem Fitz é o filho bastardo do nobre Príncipe Cavalaria e foi criado pelo cocheiro de seu pai, à sombra da corte real. Ele é tratado como um penetra por todos na realeza, com exceção do Rei Sagaz, que faz com que ele seja secretamente treinado na arte do assassinato. Porque nas veias de Fitz corre a mágica do Talento e o conhecimento obscuro de um garoto criado em um estábulo, entre cães, e rejeitado por sua família. Quando assaltantes bárbaros invadem a costa, Fitz está se tornando um homem. Logo ele enfrentará sua primeira missão, perigosa e que despedaçará sua alma. E embora alguns o vejam como uma ameaça ao trono, ele pode ser a chave para a sobrevivência do reino."

'Hobb é uma das melhores escritoras de fantasia moderna.' The Times

'Hobb é uma contadora de histórias notável.' Guardian


TÍTULO: O Aprendiz de Assassino (Saga do Assassino #1)
TÍTULO ORIGINAL: Assassin's Apprentice
AUTOR: Robin Hobb
EDITORA: LeYa
PÁGINAS: 416


Escrito pela grande autora Robin Hobb - que tem nome de grande efeito nas vendas de seus livros, pelo fato de alguns se interessarem pelas histórias de Robin Hood, achando que é um livro daquele que rouba dos ricos e dá para os pobres. Foi lançado em 1995, o primeiro de sua trilogia que trouxe grande sucesso para sua carreira, sendo o segundo livro O Assassino do Rei (1996) e A Fúria do Assassino (1997). Esta trilogia Saga do Assassino é fechada, o que quer dizer que, seus três livros só dependem da leitura das consequentes ordens de livro 1º, 2º e 3º. As outras trilogias lançadas pela autora não é de extrema necessidade a leitura desta primeira trilogia, pois como disse antes, todas trilogias tem suas próprias histórias fechadas. Essa é uma pequena informação que alguns procuram, como eu também procurei antes de ler este livro.
Como não ler um livro de uma autora tão admirada e respeitada pelos grandes autores de Fantasia?


Uma história nua e intensa. Sem rodeios para satisfazer o leitor, tudo segue num ritmo beirando o real, como se fosse algo que já tivesse acontecido muito tempo atrás com pessoas de verdade. Digo isto pelo fato da história ser criada com todos os tipos de acontecimentos drásticos que poderia acontecer com qualquer um, decisões certas e erradas que qualquer outro também teria tomado e sofrido suas consequências. A borda do realismo é extensa assim como nos livros de As Crônicas de Gelo e Fogo. Alguns não gostam, dizem que está lendo porque quer fugir da realidade, pois, quer ver seu personagem favorito ser salvo de uma armadilha, quer ver uma família dando tudo certo na convivência entre eles, quer ver um final feliz, quer ver uma maneira de salvar todos e de tudo dar certo como em muitas outras histórias. Eu e alguns poucos outros leitores, gostamos de livros assim, é mais fascinante o modo que o autor escreve aquela tortura sem poder colocar um salvador ou uma reviravolta estilo deus ex machina em que o personagem sai vitorioso, (se nós leitores queremos o bem dos nossos queridos personagens, imagina quem os criou?!) eles têm que deixar rolar tudo como deixou chegar até ali, não podendo acrescentar algo – milagre - como os leitores querem.

Mas essa comparação com ASOIAF é apenas o fato de ser uma história beirando o real, nada mais, não tem dragões, não tem White walkers e nem aquele tanto de personagens em seus Pov’s.
Existe apenas Fitz e sua história, narrando ela desde o início, sua vida de filho bastardo, como era tratado como lixo e assunto para fofoca, como não era bem-vindo em alguns lugares e odiado por quase todos de sua família, enfim, a pior vida que o Príncipe Herdeiro o deu.

Deixado pelo avô materno para a família real, é onde ele tem suas lembranças mais antigas. Foi jogado de uma vez para aquele lugar, sem saber de muita coisa, era apenas uma criança.

A notícia de sua existência correu feito fogo para todos os lugares, pois, como o Príncipe Herdeiro fora capaz de ter um filho bastardo quando já estava com uma esposa e era querido e respeitado por todos? Uma grande maioria queria ver a resposta para essa pergunta vendo o pequeno Fitz com os próprios olhos e também poder ter a chance de falar mal dele com a própria voz.

Sofrera bastante por um curto período de tempo, pois, a narração foi dando alguns pulos no tempo para contar apenas o necessário. Mas digo que, este sofreu bastante em sua infância por ser apenas um bastardo.

Sua vida ali era viver e trabalhar com Bronco, o mestre do estábulo. Ali ele tratava dos cavalos, cachorros e alguns outros animais. Raramente via o Rei e seus tios, irmãos de seu pai, Majestoso e Veracidade. Mas sabia o que eles pensavam sobre ele, diziam que deveriam achar uma função para ele e o "guardar" para que futuramente não possa ser usado por inimigos, não possa se virar contra a realeza, ou qualquer outro problema que um bastardo poderia trazer futuramente.
E para resolver tudo isso, encontraram uma função para o Fitz. Ele receberia treinamento para ser o assassino do Rei. Como era uma criança sem muitas outras opções na vida, se entregou para servir ao seu Rei e assim fazer o que ele ordenar.

Muitos dizem que este livro é bem lento, penso que seja o treinamento dele que demorou um pouco para o colocar numa missão. Mas para mim, a leitura fluía tão bem que nem me importava se demoraria ou não este treinamento dele, era tão bom o ver aprendendo e sofrendo com Bronco e outras atividades que deveria executar como um bastardo real.

Até que quase na metade do livro tudo começa a andar mais rápido. O tempo de narração do livro não é o mesmo sempre, Fitz narra o que é necessário e segue para frente. Assim chegou sua primeira missão e é onde ele nos mostra a intriga central de toda a história.

Os Navios Vermelhos, inimigos de muitos reinos, chegara aos Seis Ducados, e ali, eles param em alguns vilarejos e saem de lá com reféns, as propostas para o Rei receber os reféns de volta são absurdas, e quando eles devolvem as pessoas, elas voltam “Forjadas”. O termo “forjados” foi dado para aqueles que voltaram das mãos do inimigo, eles parecem uma espécie de zumbis como conhecemos, pessoas ocas, sem muita coisa dentro, apenas vontade de destruir, comer e roubar.
Mas por enquanto, não é nada que Fitz deve realmente preocupar. Ele deve estudar mais, tanto para se aperfeiçoar como assassino quanto para usar o Talento.


O Talento é uma das magias presente no livro, mesmo que são poucas e quase não usadas, e quem o tem são apenas algumas poucas pessoas. Fitz recebe um sofrível treinamento para aprender a usar e percebemos depois que se trata de ordens enviadas através da mente - quase isso e mais um pouco. Este é um dos melhores pontos do livro, odiei o professor dele profundamente, como vocês também podem odiar. Galeno, uma merda de pessoa. Mas todo este treinamento fez com que a história desse um grande avanço.
Sobre o Talento o livro foi introduzindo aos poucos e não de repente no início do livro, isso que eu gosto do mesmo, pois conhecemos tudo conforme o Fitz também foi conhecendo. Ele nos apresenta tudo aos poucos. Então alguns que achavam que seria só o treinamento para assassino e tal e largaram a leitura, não deveriam ter feito isso, pois ali temos que ter calma, se trata de uma história que narra a vida de um garoto, e sabemos que em uma vida, as coisas não são rápidas e diversificada ou em constante movimentos e cheia de mudanças.

Como é o primeiro livro de uma trilogia, este foi uma abertura para tudo que acontece no reino, Fitz nos mostrou o quão duramente ele teve que sobreviver ali, treinando, sendo traído e aprendendo cada vez mais como as pessoas de onde ele vive são. Tanto que alguns grandes problemas apresentados parecem estar para concluir apenas no próximo livro e também os confrontos com Majestoso e Veracidade, já que agora ele realmente os conhece e sabe como tudo isso funciona. E mesmo sendo um volume contendo mais sobre a criação do personagem principal – o que seria uma leitura tediosa-, o mesmo consegue nos prender, pois foi colocado algumas pecinhas como romance, amizade e enigmas.
Como todo primeiro livro, este teve seus últimos capítulos melhores que os primeiros e assim tenho esperança que os próximos capítulos dos outros livros estejam no mesmo ritmo.

Eu me apeguei de mais ao Fitz e como a história foi contada, ficava admirado por outras narrações de outros livros e não pensava que conheceria outras melhores, e aí está, uma que se pode comparar com a de Patrick Rothfuss. E os personagens são construídos de uma forma tão profunda que não teve como eu não os entender ou me apegar a eles. Essa minha admiração pela construção da história por meio da narração que me levaram para frente a querer ler mais e mais. Acho que, se usassem a mesma história com uma narração diferente e aprofundamento dos personagens diferente da que Hobb usou, eu detestaria todo o livro.

Não é aquela leitura de alta fantasia épica, fodástica pra caralho. É uma obra simples, humana e nada ambiciosa. Às vezes em alguns livros quase nada nos é apresentado, mas ele é bom pois é preenchido de ação e todo o problema já é encontrado nas primeiras páginas e depois o leitor fica com sede do conhecimento deste tal mundo que se passou ali e que não conhecera, O Aprendiz de Assassino já é ao contrário, é uma abertura, mais visual, detalhando suas características de tudo que está sendo criado, para chegarmos aos poucos ao centro de toda a trama.
Eu recomendo muito, foi minha melhor leitura de 2015 até agora e espero que também seja a de vocês! E um alerta, alguns gostaram e outros odiaram, já peço para que se segure e leia com expectativas baixas na defensiva.

Obs: Vocês vão gostar do que Fitz é capaz de fazer com os animais. E sobre o bobo, prestem atenção nele, só acho que ele tem que ser bom amigo do Fitz para o ajudar mais como penso que está ajudando.

SPOILERS:
E agora? Como vocês acham que o Fitz irá encarar seu futuro ali em Cidade do Cervo? Encarar o Majestoso? Fiquei sem uma pista sequer do que ainda tenho pela frente no segundo livro. Comentem sobre a opinião de vocês e se tiver SPOILERS, avise antes!

As NOTAS serão divididas em:
Edição – capa, folhas, diagramação, orelhas, etc.  09
(A capa toda em si é de bom material com orelhas enormes, gosto destas orelhas. As folhas são ótimas, não precisam de preocupação, tem um espaçamento bem grande do meio das duas paginas abertas para que não seja preciso abrir muito o livro para ler, então esse enorme espaço me deixou bastante tranquilo com o cuidado da LeYa está dando aos leitores. A única coisa estranha que achei para o livro não levar um 10 foi a arte da capa, acho que tem melhores e que podem dizer mais sobre todo o livro e não só uma pequena parte do mesmo.)
História, Enredo – narração, clichês, foco, originalidade.  10
(Que trabalho incrível dessa autora! Alguns não gostaram por ser lerda mas acho que é a maneira dela de contar suas simples histórias, não foi nada cabuloso ou magnifico e pelo fato dela levar toda essa coisa simples com personagens tão profundos, ela conseguiu me conquistar. Achei demais a narração, os personagens - que eu vivi junto com eles, os lugares e e tudo deste universo.)

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